quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Nesta vida eu já vi, fiz e quis muita coisa...
Já quis ser atleta.
De atacante, fui pro meio, pra zaga, goleiro, técnico, preparador físico, torcedor.
Realmente eu não era tão bom quanto achava.
Cientista? Minha primeira experiência foi com dois pintinhos. Sabe aqueles amarelinhos que antigamente passava uma Kombi na rua trocando-os por garrafa de vidro. Esqueci-os dentro da gaiola, choveu, morreram. Aprendi desde cedo que animais devem viver livres e é inadmissível usá-los.
Já pensei em ser piloto de fórmula 1. Mas o meu primeiro "carro", a ratoeira, destruí de tanto bater.
Já quis ser aeromoço. Aprendi que posso ser tão quanto eficiente e gentil, mas existem funções e regras que separam pessoas. Homem, mulher.
Já estive com muita gente me sentindo sozinho, mas já estive sozinho me sentindo abraçado pelo mundo.
Já briguei, mas não me lembro de ter tirado sangue de ninguém.
Mas já tomei porrada pra ficar esperto e largar de ser malandro.
Já pulei na vala fazendo pose de salto ornamental.
Já desci em rampa de grama escorregando num papelão.
Já me vesti de mulher, coloquei biquíni e passei batom.
Já bebi o restinho da sopa chupando o prato.
Já brinquei de bolinha de gudê, de pião, estilingue e já-quem-pôr.
Já tomei tiro, de sal, mas doeu à beça.
Já vi desenho dos smurf´s, do rambo, da caverna do dragão e do gasparzinho.
Já viajei. Aprendi que lugares ajudam, mas as companhias é que fazem à diferença.
O lugar mais longe que viajei foi pra dentro de mim.
Já li e ouvi dizer que é um tal de auto-conhecimento. Sei lá...
Já fiz só a minha parte. Mas aprendi que somos responsáveis pelo que fazemos, pelo que não fazemos e pelo que permitimos que façam. "Não é meu trabalho pilotar esse navio, nunca soprei a corneta. Não é meu lugar até onde o navio irá. Não tenho licença para ir ao convés, ou mesmo tocar o sino. Mas se esta coisa começar afundar, olhe quem vai para o inferno."
Já enganei meu irmão dizendo que ele era adotado, iiii. Aprendi cedo que a gente pode influenciar e persuadir pessoas.
Já fiz maldade e pisei na bola feio. Percebi que dói mais em mim.
Não sei se fiz tempestade em copo d’água, mas aprendi que certos copos enfrentam tempestades, como quem de longe já avista a calmaria, o porto seguro. “Estar certo nem sempre é o mais importante.”
Já beijei. Namorei até uma menina que não beijava de língua. Amei-a do mesmo jeito.
Já saí com mulheres de magnífica beleza e com umas não tão privilegiadas na estética. "As inteligentes é que, mesmo que exuberantes, fazem da sua beleza quase irrelevante." Aprendi que com o tempo me cativa mais o que ESCUTO do que o que VEJO. "A beleza agrada apenas os olhos, é a doçura nos modos que encanta a alma."
Já me chamaram pra ver filme de terror e eu falei que tinha compromisso, por vergonha de falar que eu gosto é de comédia romântica.
Já vi filme pornô sem meu pai saber.
Já pensei que as meninas só teriam prazer se fosse daquele jeito.
Aprendi que sexo bom chama-se amor, e que pode sim ser amor de uma noite.
Amor de uma vida, amor de uma noite. Basta ser amor.
Já vi crianças entrando e saindo de brinquedos loucos do PlayCenter e eu ali sempre no carrinho bate-bate.
Aprendi que tenho poucos medos: um é de brinquedo que gira, e o outro é que um dia eu precise que minha mãe volte a cortar minhas unhas. Putz ela sempre dava aquela pegada na pelinha.
Já me preparei pra eclipse bebendo vodka e red bull encima de lençol a noite na praia.
Já passei ano novo em pedra ao mar, só eu.
Já tive momentos cometa. De estupenda beleza, mas rápida.
Estrela, que é bela por um tempo, mas apaga.
E momento sol, de me sentir essencial.
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