terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eu estou te esperando...



Às vezes algumas situações, pensamentos e sentimentos parecem tão óbvios que não nos preocupamos em lustrá-las.
Acredito que dentro de um contexto geral muitas estão e são transparentes para uma eternidade, ou para aqueles que tiveram a oportunidade ou privilégio de testemunhar.
Sim, continuo a favor da dúvida.
Aliás, o mistério muitas vezes é o leve tempero, em algumas assumamos, é malagueta insuportável para um, amada para dois.
Mas evolução é conhecimento, então me peguei pensando: se o pensamento está no eu, sinceramente ele pode se perder, tamanha a clareza e proximidade do sentimento.
Então me coloco na parede e felizmente pressionado por mim mesmo sou obrigado a dizer o que penso.
E quando começo a pensar, que acontece como piscar de olhos, sempre quero alguém nele. Juro que já tentei achar algo que realmente me afastasse deste vício, ou que me deixasse no controle, mas me deparo com situações irrelevantes.
Eu quero que a nossa história ou talvez chamemos de viagem, pois seria a melhor definição, comece.
Errada ou não. Terá tudo pra dar certo, que dê a luz regada a chinelo, bicicleta, brisa do mar.
Que seja lembrança tão presente ao ponto de em qualquer música te encontrar sempre na batida forte.
Digo forte, pois não há viagem com você ausente.
O valor desta viagem se dá por não haver nada de luxo.
Foram assim em tantas situações que se jogam na frente, não pra defender, mas sim pra explicar que eu não era o que estavam falando.
E o pior que às vezes eu era, e sou.
Não importa se o ataque falha, o papel da zaga é defender.
Quero alguém sim, que seja você que venha a mente quando preciso de companhia, seja pra comprar roupa, tomar um suco de manga, sentar na esquina, ir pra balada.
Que me sinta seguro pra falar do que quiser, pra jogá-la no mar de roupa, pra te pegar de surpresa pra ir pro litoral, pra impor suavemente você nas minhas corridas matinais, pra ir a aniversário chato, ou pra subir o morro ao amanhecer.
Foi estudando que consegui descobrir o que é intimidade, e talvez ainda dê tempo de alterar a próxima edição do Aurélio: Brincar de escovar seus dentes.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Crise de Identidade




Nesta altura da vida, já não sei mais quem sou.
Na ficha do dentista, apareço como cliente.
No restaurante, sou freguês.
Quando alugo uma casa, sou inquilino.
Na condução, sou passageiro.
Nos correios, sou remetente.
Na casa do Papai, sou Filho
Na Loja Maçônica , sou Irmão.
Na Faculdade, sou estudante.
No supermercado, sou consumidor.
Para a Receita Federal, sou contribuinte.
Com o prazo vencido, sou inadimplente,
Se não pago, sou sonegador.
Para votar, sou eleitor.
No comício, sou massa.
Em viagem, sou turista.
Na rua, caminhando, sou pedestre,
Se me atropelam, viro acidentado.
No hospital, me transformo em paciente.
Para os jornais, sou vítima.
Se compro um livro, viro leitor.
Se ligo o rádio, sou ouvinte.
Para o IBOPE, sou espectador.
No futebol, eu, que já fui torcedor, virei galera.
E, quando morrer, ninguém vai se lembrar do meu nome:
Vão me chamar de finado, extinto, defunto, de cujus e, em certos círculos, até de desencarnado.
E o pior: Para o governo eu sou um imbecil.

domingo, 30 de outubro de 2011

Só nos resta cantar.




“No Brasil, de uns anos para cá, o que diz respeito à educação, à moral e à ética, entre outros valores necessários ao bom andamento da convivência social foram por água-abaixo.
Isto acontece em todos os segmentos da sociedade dita organizada. Encabeçando a lista de horrores está o “entretenimento”.
As emissoras de rádio e televisão, que entram sem nenhum controle em todos os lares brasileiros passam informação barata e altamente descartável sem o menor nível intelectual , pelo contrário, incentivam, não apenas o popularesco, mas também e sobretudo, privilegiam os comportamentos cada vez mais perniciosos para a população em geral, carente de valores. Exemplo disto são as rádios, antes ouvidas com gosto por todos (eram tantas e de tão boa qualidade que ficava difícil escolher qual ouvir) hoje não possuem a mesma categoria, nem musical nem publicitária. O velho e gostoso rádio virou enfeite na estante da sala. Cadê aquelas músicas altamente selecionadas, aqueles locutores por quem a gente se apaixonava só de ouvir a voz, nossos galãs românticos?
Tudo isso trocado por custo barato, por audiência fácil. Não quero parecer elitista, mas é preciso que os gerenciadores da mídia radiofônica repensem essa questão e dê um “up” neste velho e maravilhoso meio de comunicação.
Que tal ressuscitar nossos galãs? Público de bom-gosto ainda tem, música também ou será que esta faixa de pessoas não merece consideração? 
A grande maioria sustenta-se na má qualidade, nas notícias sangrentas, nos papos sem-graça, em músicas de conteúdo erótico-pornográfico, trazendo em seu bojo apologia às drogas, às traições conjugais, colocando as mulheres de forma degradante, como se não tivessem nascido de uma. Elogios aos bandidos que são descaradamente transformados em “mocinhos”, ricos, lindos e audazes.
Infelizmente temos que conviver com estes absurdos todos os dias. E a sociedade despencando, as crianças crescendo sem motivação emocional positiva, os jovens achando que matar é a coisa mais normal do mundo, roubar nem se fala, que sexo aos doze anos é normal, que sacanagem é tudo. 
Total menosprezo. Pobres jovens usados como bucha de canhão na guerra pela audiência de emissoras de rádio e televisão, pelas gravadoras inescrupulosas entre outras mau-caratices do gênero.
Música é algo mágico , que fala das belezas e da existência humana de maneira digna e não um amontoado de palavras que instigam violência , crimes ou festas regadas a bebida e drogas.
Festa e namoro são coisas saudáveis . O que não se pode concordar é que seja veiculado na mídia o sexo banal, explícito, o comportamento promíscuo que todo mundo sabe que leva a degradação moral de um povo.
Modernidade sim, mas limites são necessários. Temos que admitir; o Brasil está na contramão e caminha na estrada errada na parte musical também.
Mas o que mais vende e mais toca nas rádios de hoje é lixo puro e o pior é que a maioria aplaude. 
Fazer o quê?
Um país se faz com homens e livros dizia Monteiro Lobato.
Mas será que esta gente de poucos escrúpulos e nenhuma cultura sabe quem foi esse cara aí?


(Maria Alice Guimarães)



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Fui criado com princípios morais comuns:


Quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade… Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que meus netos um dia enfrentarão.
Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças. O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como um céu de primavera, leve como a brisa da manhã!
E definitivamente bela, como cada amanhecer. Quero ter de volta o meu mundo simples e comum. Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. Vamos voltar a ser “gente”. Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?… Precisamos tentar… Quem sabe comecemos a caminhar transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!!!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Hino a Ísis



Porque sou eu a primeira e a última
Eu sou a venerada e a desprezada
Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu sou a mãe e a filha
Eu sou os braços da minha mãe
Eu sou estéril, e os meus filhos são numerosos
Eu sou a bem casada e a solteira
Eu sou a que dá à luz e a que jamais procriou
Eu sou a consolação das dores de parto
Eu sou a esposa e o esposo
E foi o meu homem quem me criou
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmã do meu marido
E ele é meu filho rejeitado
Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a magnífica


Hino a Ísis, século III ou IV (?), descoberto em Nag Hammadi

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Há Momentos



Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

Quem Sabe um Dia



Quem Sabe um Dia
Quem sabe um dia
Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Uma vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mito de Eros e Psique.



Era uma vez um rei que tinha três filhas. Duas eram lindas, mais a mais nova era muito, muito mais bonita. Dizia-se até que Afrodite - a deusa da beleza - não era tão bonita quanto Psiquê (esse era seu nome). Os templos de Afrodite andavam vazios porque as pessoas, principalmente os homens, passaram a cultuar aquela princesa maravilhosa.
Afrodite ficou com ciúme e pediu para seu filho, Eros, preparar uma vingança. Ela queria que Psiquê se apaixonasse por um monstro horrível. Só que Eros também acabou sendo atingido pelos encantos da menina. Ele ficou tão maravilhado ao ver Psiquê que não conseguiu cumprir a ordem da mãe.

O estranho é que todos aqueles homens que ficavam enfeitiçados com sua beleza não se aproximavam e nem tentavam namorá-la. As duas irmãs, que perto da caçula não tinham a menor graça, logo arranjaram pretendentes e cada uma se casou com um rei. A família ficou preocupada com a solidão de Psiquê. Então, um dia, o pai resolveu perguntar ao oráculo de Apolo o que deveria fazer para a menina arranjar um marido. O que ele não sabia é que Eros já havia pedido a Apolo para ajudá-lo a cumprir aos planos de sua mãe. A resposta que o rei levou para casa o deixou muito mais preocupado do que já estava: o deus falou que Psiquê deveria ser vestida de luto e abandonada no alto de uma montanha, onde um monstro iria buscá-la para fazer dela sua esposa.

Embora muito triste, a família cumpriu essas determinações e Psiquê foi deixada na montanha. Sozinha e desesperada, ela começou a chorar. Mas, de repente, surgiu uma brisa suave que a levou flutuando até um vale cheio de flores, onde havia um palácio maravilhoso, com pilares de ouro, paredes de prata e chão de pedras preciosas.
Ao passar pela porta ouviu vozes que diziam assim: "Entre, tome um banho e descanse. Daqui a pouco será servido o jantar. Essa casa é sua e nós seremos seus servos. Faremos tudo o que a senhora desejar". Ela ficou surpresa. Esperava algo terrível, um destino pior que a morte e agora era dona de um palácio encantado. Só uma coisa a incomodava: ela estava completamente sozinha. Aquelas vozes eram só vozes, vinham do ar.

A solidão terminou à noite, na escuridão, quando o marido chegou. E a presença dele era tão deliciosa que Psiquê, embora não o visse, tinha certeza de que não se tratava de nenhum monstro horroroso.

A partir de então sua vida ficou assim: luxo, solidão e vozes que faziam suas vontades durante o dia e, à noite, amor. Acontece que a proibição de ver o rosto do marido a intrigava. E a inquietação aumentou mais ainda quando o misterioso companheiro avisou que ela não deveria encontrar sua família nunca mais. Caso contrário, coisas terríveis iam começar a acontecer.

Ela não se conformou com isso e, na noite seguinte, implorou a permissão para ver pelo menos as irmãs. Contrariado, mas com pena da esposa, ele acabou concordando. Assim, durante o dia, quando ele estava longe, as irmãs foram trazidas da montanha pela brisa e comeram um banquete no palácio.

Só que o marido estava certo, a alegria que as duas sentiram pelo reencontro logo se transformou em inveja e elas voltaram para casa pensando em um jeito de acabar com a sorte da irmã. Nessa mesma noite, no palácio, aconteceu uma discussão. O marido pediu para Psiquê não receber mais a visita das irmãs e ela, que não tinha percebido seus olhares maldosos, se rebelou, já estava proibida de ver o rosto dele e agora ele queria impedi-la de ver até mesmo as irmãs? Novamente, ele acabou cedendo e no dia seguinte as pérfidas foram convidadas para ir ao palácio de novo. Mas dessa vez elas apareceram com um plano já arquitetado.

Elas aconselharam Psiquê a assassinar o marido. À noite ela teria que esconder uma faca e uma lamparina de óleo ao lado da cama para matá-lo durante o sono.

Psiquê caiu na armadilha. Mas, quando acendeu a lamparina, viu que estava ao lado do próprio Eros, o deus do amor, a figura masculina mais bonita que havia existido. Ela estremeceu, a faca escorregou da sua mão, a lamparina entornou e uma gota de óleo fervente caiu no ombro dele, que despertou, sentiu-se traído, virou as costas, e foi embora. Disse: "Não há amor onde não há confiança".

Psiquê ficou desesperada e resolveu empregar todas as suas forças para recuperar o amor de Eros, que, a essa altura, estava na casa da mãe se recuperando do ferimento no ombro. Ela passava o tempo todo pedindo aos deuses para acalmar a fúria de Afrodite, sem obter resultado. Resolveu então ir se oferecer à sogra como serva, dizendo que faria qualquer coisa por Eros.

Ao ouvir isso, Afrodite gargalhou e respondeu que, para recuperar o amor dele, ela teria que passar por uma prova. Em seguida, pegou uma grande quantidade de trigo, milho, papoula e muitos outros grãos e misturou. Até o fim do dia, Psiquê teria que separar tudo aquilo.

Era impossível e ela já estava convencida de seu fracasso quando centenas de formigas resolveram ajudá-la e fizeram todo o trabalho.

Surpresa e nervosa por ver aquela tarefa cumprida, a deusa fez um pedido ainda mais difícil: queria que Psiquê trouxesse um pouco de lã de ouro de umas ovelhas ferozes. Percebendo que ia ser trucidada, ela já estava pensando em se afogar no rio quando foi aconselhada por um caniço (uma planta parecida com um bambu) a esperar o sol se pôr e as ovelhas partirem para recolher a lã que ficasse presa nos arbustos. Deu certo, mas no dia seguinte uma nova missão a esperava.

Agora Psiquê teria que recolher em um jarro de cristal um pouco da água negra que saía de uma nascente que ficava no alto de uns penhascos. Com o jarro na mão, ela foi caminhando em direção aos rochedos, mas logo se deu conta de que escalar aquilo seria o seu fim. Mais uma vez, conseguiu uma ajuda inesperada: uma águia apareceu, tirou o jarro de suas mãos e logo voltou com ele bem cheio de água negra.

Acontece que a pior tarefa ainda estava por vir. Afrodite dessa vez pediu a Psiquê que fosse até o inferno e trouxesse para ela uma caixinha com a beleza imortal. Desta vez, uma torre lhe deu orientações de como deveria agir, e, assim, ela conseguiu trazer a encomenda.
Tudo já estava próximo do fim quando veio a tentação de pegar um pouco da beleza imortal para tornar-se mais encantadora para Eros. Ela abriu a caixa e dali saiu um sono profundo, que em poucos segundos a fez tombar adormecida.

A história acabaria assim se o amor não fosse correspondido. Por sorte Eros também estava apaixonado e desesperado. Ele tinha ido pedir a Zeus, o deus dos deuses, que fizesse sua mãe parar com aquilo para que eles pudessem ficar juntos.

Zeus então reuniu a assembléia dos deuses (que incluía Afrodite) e anunciou que Eros e Psiquê iriam se casar no Olimpo e ela se tornaria uma deusa. Afrodite aceitou porque, percebendo que a nora iria viver no céu, ocupada com o marido e os filhos, os homens voltariam a cultuá-la.

Eros e Psiquê tiveram uma filha chamada Volúpia e, é claro, viveram felizes para sempre.

(Os deuses da mitologia grega costumam ter dois nomes, um grego e outro romano. ssim, Eros é o nome grego do Cupido e sua tradução para o português é Amor. Palavras com erótico e erotismo vem daí. Afrodite e Vênus também são a mesma deusa. Psiquê só tem esse nome que, em grego, significa alma. Psíquico, psiquiatria e psicologia nasceram dessa raiz. O mito de Eros e Psiquê é a história da ligação entre o amor e a alma.)


Quatro letras



4 letras é nada 
4 letras é tudo 
4 letras é o dedo 
Que é a língua do mundo 
4 letras, 4 letras 
4 letras eu fico 
Rico ou duro 
4 letras eu picho 
Seu nome nome no muro 
4 letras eu digo, eu peço, eu faço 
4 letras eu subo bem alto e caio 
4 letras 
Algo que aprendi 
Na escola da rua 
Que com 4 letras 
A vida fica mais dura 
4 letras 
Eu pego uma arma 
No meio da mata 
Vejo algo 
E logo jogo a faca 
A mina bela de pele lisa 
Com 4 letras é a Mona Lisa 
Se você juntar o bem, o mal, o medo, a fome 
Com 4 letras escreva um nome 
4 letras é a alma, o frei, a irmã 
4 letras é Deus 
O Papa 
Satã.

(Júnior Blau)

Todas as cartas de amor são Ridículas.


Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

(Poesias de Álvaro de Campos)




O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço
do arroz
não cabe no poema.
Nao cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em seus arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras.
- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede nem cheira.
(Ferreira Gullar)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

VALORES...




A princípio gostaria que o mundo recebesse como um tanto natural. Tão quanto queda d´água em cachoeira, nascer e pôr do sol, como arco íris em dia ensolarado de céu chorando. Tenha a certeza que em algum lugar tem uma pessoa perfeita pra todos os corações. “Os corações têm às vezes tão engenhosas formas de se buscarem, que a própria reflexão fica perplexa quando o encontro se produz”.Talvez demore mais a encontrar aqueles que hesitam acreditar, os que de ignorância faz desperdiçar, e os que não estão preparados para lidar, mas ainda acho que irão achar. Se não a pessoa perfeita, ao menos a merecida. Para maior entendimento: perfeita e/ou merecida Á VOCÊ (fazer jus a). 
Talvez continuemos a deparar com articulações que relacionamento é muito menos apaixonante, porém mais seguro que a vida de solteiro. Continuo a achar todo tipo de relacionamento belo, e o mais importante a mim não é ser eterno em quanto dure como disse magicamente um grande poeta, basta ser divertido. E o mais hilário é que eu já achava a vida maravilhosa antes de lhe conhecer. 
Parece-me simples entender que algumas pessoas passarão na sua vida e marcarão para sempre. Nunca tive um objetivo maior que encontrar a alma gêmea, a tampa da panela, a metade da laranja ou sei lá como chamem. Num dia bonito, claro! 
Não deixei de acreditar em amores perfeitos, nem mesmo perdi a coragem de correr atrás do carro que levava minha amada. Também não vivi, nem assisti, algo mais tentador e atraente que devorar a dois o pão quentinho antes de chegar em casa, fazer um coração com nossas iniciais no espelho embaçado ou dançar na chuva. Se bem que atração muitas vezes é momento, se perde, falece. E o que de você faz balançar mais em mim, embora às vezes me assuste, faça-me novamente suar as mãos, tem outro nome: IDENTIFICAÇÃO. 
Ter o mais moderno óculos, não é ter a melhor visão. E ainda bem que sou assim, com todos os defeitos possíveis, menos com este que não compreendo, mas tolero: Tem muita gente que não reconheceria o amor nem com lente de aumento. Pois eu vejo-o a distância mesmo com minha miopia. Ou melhor, sinto, pois energia não se vê. É tanta energia que às vezes arremesso pro alto, faço mil acrobacias com o amor, e de vez em quando desequilibro também. Rs... Não só isto, percebo num piscar de olhos que tem seres humanos - como você - que não devem morrer, ficam encantados no tempo. Sinto as minhas risadas mais gostosas a sua companhia e já ouvi dizer que alguns sorrisos só acontecem quando se está apaixonado.
“Sou um geminiano roxo, vivo por um segundo” e mesmo que continuem a achar que isto é mais um entre tantos atos de impulsividade, que pode acabar daqui a um mês ou alguns anos, não tem problema. Eu escrevo um livro, a sua Biografia. Aí quem sabe poderão entender os detalhes que fazem de você um alguém no meio da multidão. 
Mesmo assim como sempre sabiamente explicou minha mãe, continuará a existir pessoas que não têm na verdade vontade e sim necessidade de chamar a atenção. Esta psicose de querer seduzir/conquistar todo mundo – muitas vezes sem ao menos desejá-los - para apenas se sentir melhor, sentir-se alguém. Esta constância de enganações, só revela o quanto despreparados, desequilibrados e pouco evoluídos somos. E já no meu ponto de vista não tão cavalheiro como o da minha reprodutora, é de início e pra ser suave, um comportamento no mínimo repugnante. Entretanto minha honestidade e humildade não deixariam de revelar que fui assim em muitos momentos também. E modestamente penso que esta obra de arte que expõem um pouquinho de você, poderá ajudar todos nós só com o título: “ZANZA – Nada é mais sedutor que ser simples, discreta e verdadeira. Até porque as melhores obras de arte são definidas pelo amor dispensado a elas. Talvez seja por isto que não se encontre bolinho de chuva em restaurante de “granfino” e princesa em carruagem de abóbora. 
Daqueles tantos conceitos de amor que já acreditei hoje o que mais toca em mim diz: “Amor é quando as diferenças não são mais capazes de separar”. E se me ponho profundamente a isto interpretar, fico perdido pensando se então aqueles poucos declamados te amo não seriam, apenas por não mais existirem. Não sei. E desta história de Amor eu muito li e ouvi, mas um pouquinho entendi quando vivi. 
Como toda criança eu um dia já pensei que existisse amor eterno. De duas, uma: Não é eterno ou não era amor! Qual é a sua escolha? Eu prefiro acreditar que “às vezes” pode não ser eterno. E eu não desisto de acreditar... No Ser Humano, no bem, na vida e no amor. 
Então hoje, por que amanhã posso naturalmente mudar de opinião, penso que certezas só teremos após vivê-lo e jamais antes e durante. Portanto eu vou caminhando cheio de incertezas e no futuro quem sabe eu possa refletir na minha trajetória e compreender que tudo foi importante, mas sempre andei numa instigante corda bamba. Porque afinal, como todo mundo, também já estive com alguém sabendo que ela não estaria comigo lá. Mas eu posso lhe garantir Linda, que de todas as poucas convicções desta minha mente surreal, nunca eu senti tanto que quem estará lá é quem está aqui agora. 
Tenho algumas ambições, um monte de coisas a conquistar, sonhos a realizar, uma pequenina alma a se expandir, mas o mais importante e fundamental requisito era achar um ninho seguro, o aconchego. Sem você além de não conseguir, seria um tédio. 
Há tempos sabemos que os faróis iluminando apenas alguns metros da estrada permitem a nós atravessarmos uma cidade, um país inteiro. Não sei bem o meu destino. Sei que a viagem é longa, que pode furar um pneu. Pode ser que eu disfarçadamente decida errar uma saída só pra me perder, pra sair da rotina ou pra ter mais tempo de viagem.  Pode ser que apareçam buracos, que a estrada tenha trânsito. Pode ser que a gente passe alguma dificuldade. Pode ser que eu decida ir a pé um pedaço, pra me sentir mais humano. “A estrada vai além do que se vê...” por isto eu nunca me preocupei pra onde vou, e sim com quem vou. 
O agora, o presente, sempre me fascinou mais. 
Nunca fui de pensar como seria o amanhã, talvez por prever as maravilhas que já estão a mim reservadas no futuro. Simplesmente porque é uma questão de interdependência, quanto mais evolução, mais gratificação. Como tenho muito a evoluir, tenho muito a receber. Mas, recentemente me pego refletindo sobre este tal percurso. E por incrível que pareça você sempre está em alguma estação, na verdade não consigo imaginar esta estrada sem você, quanto mais vivê-la. 
“Existem muitos motivos para não se amar uma pessoa, mas apenas um para amá-la”. A mim basta a certeza que o que você tem de mais lindo, por incrível que pareça, não está palpável, não reflete no espelho. 
Você não ilumina, emite som. 
A mim tudo é por livre e espontânea vontade. E me desculpa as possíveis más interpretações, me desculpe a estética, a cultura, a moda, a tradição, ou o que quer que seja, mas o meu coração eu entrego a quem possui e reverencia os mesmos valores.

Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência.




Isso inclui, idade, peso e altura.
Deixe o médico se preocupar com eles.
Para isso ele é pago.
Freqüente, de preferência, seus amigos alegres.
Os de " baixo astral" puxam você para baixo.
Continue aprendendo...
Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixe seu cérebro desocupado.
Uma mente sem uso é a oficina do diabo.
E o nome do diabo é Alzheimer.
Curta coisas simples.
Ria muito e, muito e alto.
Ria até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem.
Agüente, sofra e siga em frente.
A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo.
Esteja vivo, enquanto você viver!
Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
Seu lar é o seu refúgio.
Aproveite sua saúde.
Se for boa, preserve-a.
Se está instável, melhore-a.
Se está abaixo desse nível, peça ajuda.
Não faça viagens de remorso.
Faça uma viagem ao Shopping, para cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.
Diga a quem você ama, que você realmente os ama, em todas as oportunidades.
E lembre-se sempre que: a vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego: de tanto rir...
De surpresa...
De êxtase...
De felicidade...
"Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol".

Pablo Picasso


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Nesta vida eu já vi, fiz e quis muita coisa...



Já quis ser atleta.
De atacante, fui pro meio, pra zaga, goleiro, técnico, preparador físico, torcedor. 
Realmente eu não era tão bom quanto achava. 
Cientista? Minha primeira experiência foi com dois pintinhos. Sabe aqueles amarelinhos que antigamente passava uma Kombi na rua trocando-os por garrafa de vidro. Esqueci-os dentro da gaiola, choveu, morreram. Aprendi desde cedo que animais devem viver livres e é inadmissível usá-los. 
Já pensei em ser piloto de fórmula 1. Mas o meu primeiro "carro", a ratoeira, destruí de tanto bater. 
Já quis ser aeromoço. Aprendi que posso ser tão quanto eficiente e gentil, mas existem funções e regras que separam pessoas. Homem, mulher.
Já estive com muita gente me sentindo sozinho, mas já estive sozinho me sentindo abraçado pelo mundo. 
Já briguei, mas não me lembro de ter tirado sangue de ninguém. 
Mas já tomei porrada pra ficar esperto e largar de ser malandro. 
Já pulei na vala fazendo pose de salto ornamental. 
Já desci em rampa de grama escorregando num papelão. 
Já me vesti de mulher, coloquei biquíni e passei batom. 
Já bebi o restinho da sopa chupando o prato. 
Já brinquei de bolinha de gudê, de pião, estilingue e já-quem-pôr. 
Já tomei tiro, de sal, mas doeu à beça. 
Já vi desenho dos smurf´s, do rambo, da caverna do dragão e do gasparzinho. 
Já viajei. Aprendi que lugares ajudam, mas as companhias é que fazem à diferença. 
O lugar mais longe que viajei foi pra dentro de mim. 
Já li e ouvi dizer que é um tal de auto-conhecimento. Sei lá... 
Já fiz só a minha parte. Mas aprendi que somos responsáveis pelo que fazemos, pelo que não fazemos e pelo que permitimos que façam. "Não é meu trabalho pilotar esse navio, nunca soprei a corneta. Não é meu lugar até onde o navio irá. Não tenho licença para ir ao convés, ou mesmo tocar o sino. Mas se esta coisa começar afundar, olhe quem vai para o inferno."
Já enganei meu irmão dizendo que ele era adotado, iiii. Aprendi cedo que a gente pode influenciar e persuadir pessoas. 
Já fiz maldade e pisei na bola feio. Percebi que dói mais em mim. 
Não sei se fiz tempestade em copo d’água, mas aprendi que certos copos enfrentam tempestades, como quem de longe já avista a calmaria, o porto seguro. “Estar certo nem sempre é o mais importante.”
Já beijei. Namorei até uma menina que não beijava de língua. Amei-a do mesmo jeito. 
Já saí com mulheres de magnífica beleza e com umas não tão privilegiadas na estética. "As inteligentes é que, mesmo que exuberantes, fazem da sua beleza quase irrelevante." Aprendi que com o tempo me cativa mais o que ESCUTO do que o que VEJO. "A beleza agrada apenas os olhos, é a doçura nos modos que encanta a alma." 
Já me chamaram pra ver filme de terror e eu falei que tinha compromisso, por vergonha de falar que eu gosto é de comédia romântica. 
Já vi filme pornô sem meu pai saber. 
Já pensei que as meninas só teriam prazer se fosse daquele jeito. 
Aprendi que sexo bom chama-se amor, e que pode sim ser amor de uma noite. 
Amor de uma vida, amor de uma noite. Basta ser amor.
Já vi crianças entrando e saindo de brinquedos loucos do PlayCenter e eu ali sempre no carrinho bate-bate. 
Aprendi que tenho poucos medos: um é de brinquedo que gira, e o outro é que um dia eu precise que minha mãe volte a cortar minhas unhas. Putz ela sempre dava aquela pegada na pelinha. 
Já me preparei pra eclipse bebendo vodka e red bull encima de lençol a noite na praia. 
Já passei ano novo em pedra ao mar, só eu. 
Já tive momentos cometa. De estupenda beleza, mas rápida. 
Estrela, que é bela por um tempo, mas apaga. 
E momento sol, de me sentir essencial.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu sou a luz incandescente que se apaga para voce dormir.



Sou aquele que se mantem radiante, mesmo distante, em ceus escuros e noites frias.
Eu sou o fogo que arde a parte, a luz que lhe seduz e esmaece ao cair da tarde.
Eu sou supremo, mas sou sozinho a noite, quando fervilho mil idéias e nem posso pensar em te tocar.
Eu lhe proporciono o aninho do meu afago que te afoga em suores ternos e tenros de mais uma noite sem mim. 
Embora eu saiba que estaremos sempre juntos.
Eu sou o sol, mas poderia também ser qualquer um.

As vezes tudo parece vazio.


As vezes parece tão frio, mas é so interessante.
As vezes parece poesia, mas é so mais um dia, interessante, importante, intenso, cheio e tambem distante.
Pareço meio ausente inebriado de lembranças inconstantes.
Pareço sofrer se choro por você.
Mas agora estamos a sos.....so eu e.... eu pra nao esquecer de ser tão sobrio como este azul chapado e dizer que meu espaço é algo parecido com isto aqui.
Talvez o ceu ou o pensamento romperam os sonhos.
Tudo esta bem agora, logo agora que encontrei você.
As vezes presto atenção nos amigos, presto atenção nos recados e sorrisos, mas quase sempre passo batido, como aquela vontade de deixar o tempo passar e saber que nos encontraremos algum dia quando o ceu e o sol forem mais que poesia, mas bem mais que o frio azul nostálgico, de um ano qualquer, de um caso qualquer, de uma praia qualquer, de uma paixão qualquer, que sequer se prestou a me deixar, fazendo das minhas lembranças algo bom para se viver.
Não tenho mais temp e va-la.... quantas vezes eu tenho que achar?
Alguma coisa, alguma coisa, alguma coisa esta fora do ar.
As vezes sinto falta de ti.
As vezes não to nem ai.
As vezes talvez seja so um talvez, mesmo que so estando do jeito que estou; so estou ficando, olhando, soriindo, cantando, baixando, cagando e andando, mas também usando e abusando do gerúndio, dos meus livros.
To gastando num lugar que não me diz nada, mas que valem boas risadas.
Foda-se se  sou tarado ou se quero trabalho, sei que sou fora da lei, mas desenhar e cantar eu também sei.
Não sou poeta, escrevo letras, e faço musica pra me tocar, oque me toca é olhar um sonho que agora dorme, mas que logo pode acordar.
Shiiii.... Ta na hora de dormir.
Eu vou sim, mas volto já, estou sumido eu sei como é que é, mas quer saber?
Eu jamais sai daqui, e assim continuarei com você.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Chorar não resolve...


....falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoismo. 
Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. 
Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. 
Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos. 
Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. 
Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos."

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Van Gogh - O Grito

A gente pode morar numa casa mais ou menos...




...numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos. 


A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro. 
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos... 


TUDO BEM!


O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum... é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. 


Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.


Chico Xavier

sábado, 18 de junho de 2011

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tao te king - Lao Tse



O CONHECIMENTO DIALÉTICO






Se o mundo concorda sobre a beleza, é porque existe a feiúra. 
Se todos concordam sobre o bem, é porque existe o mal.
O “ser” e o “não-ser” nascem um do outro;
o difícil e o fácil são complementares;
o longo e o baixo nascem por comparação;
o alto e o baixo são interdependentes;
o som e o silêncio estão em mútua harmonia;
o anterior e o posterior são correlativos.
É por isso que o Sábio entrega-se ao Não-agir, e ensina silenciosamente.
As coisas inumeráveis são feitas sem a menor palavra.
A Natureza dá nascimento mas nada possui. 
Ela age, mas não exige nenhuma submissão. 
Ela tem mérito, mas não o reclama. 
O fato de que ela nada pretende a torna indispensável. 


A MELHOR ATITUDE


A melhor atitude é semelhante ao comportamento da água.
A água serve a todas as coisas sem rivalizar com elas.
Ela procura os lugares que o homem abomina.
Assim fazendo, ela se aproxima do Tao.
Para vossa moradia, escolhei bem vosso terreno.
Cultivando o coração-espírito, sondai as profundezas.
Em vossas relações com as pessoas, tratai-as bem.
Quando falardes, esforçai-vos por cumprir a palavra.
Quando governardes, corrigi vossa atitude.
Quando servirdes, servi bem.
Quando agirdes, escolhei o bom momento. 
Sem repreensão é aquele que não procura comparar-se com os outros. 


Fragmentos do livro TAO TE KING (TAO TE CHING), conta uma landa japonesa que certo monge, entusiasmado pela beleza do livro resolveu levantar fundos para traduzir e publicar aqueles versos em su lingua pátria. Demorou dez anos para conseguir o suficiente.
Entetanto, uma peste assolou seu pais e o monge resolveu usar o dinheiro para aliviar o sofrimento dos doentes. Mas, assim que a situação se normalizou, de novo partiu para arrecadar a quantia necessaria para publicação do TAO.
Mais dez anos se passaram, e quando ja se preparava para imprimir o livro, um maremoto deixou centenas de pessoas desabrigadas.
O monge denovo gastou o dinheiro na reconstrução de casas para os que tinham perdido tudo. Mais dez anos correram, ele tornou a arrecadar o dinheiro e finalmente o povo japones pode ler o TAO TE KING.
Dizem os sabios que na verdade este monge fez tres edições do TAO: duas invisiveis e uma impressa. Ele manteve a fé em seu objetivo, mas não deixou de prestar atenção ao seu semelhante.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Meu pés em terra firme e a mente em outra dimensão.

Vende-se Tudo




No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. 
O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou: 
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. 
Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante. 
Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma. 
No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros..
Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar. 
Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida... 
Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio.
Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.
Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde... Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.... só possuímos na vida o que dela pudermos levar ao partir. 
É melhor refletir e começar a trabalhar o DESAPEGO JÁ !

Martha Medeiros 

Vosso Tanque General



O Vosso tanque, General
É um carro forte;
Derruba uma floresta, Esmaga cem homens.
Mas tem um defeito: Precisa de um motorista.
O vosso bombardeiro, General
É poderoso;
Voa mais depressa que a tempestade, E transporta mais carga que um elefante.
Mas tem um defeito: Precisa de um piloto.
O homem, meu General, é muito útil;
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito: Sabe pensar.

Privatizado




" Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário.
E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence."

Perguntas de um Trabalhador que Lê.



"Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis. 
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída 
Quem a reconstruiu tanta vezes?
Em que casas Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo Quem os ergueu?
Sobre quem triumfaram os Cesares?
A decantada Bizancio tinha somente palácios para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou?
O jovem Alexandre conquistou a Índia. Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada Naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitoria. Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem. Quem pagava a conta?
Tantas histórias. Tantas questões."